quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Continuação

Subi as escadas do escritório com pressa, mais uma vez havia chegado atrasado. Senti uma lufada de vento. Todos os meus papéis e documentos em queda livre. Não vou me irritar. Um, dois, três, quatro... Aaah, droga!
Após recolocar tudo no seu devido lugar preparando-me para mais uma bronca do patrão.
E quando finalmente cheguei, surpreendi-me: Silêncio. Puro e simples silêncio.
- Ângela, o que houve? – perguntei á secretária, que continha as lágrimas.
- O patrão.
- O que houve com ele, Angel?
- Aquelas tempestades. Malditas tempestades! – repetia Ângela para si mesma.
- Faça o favor de me dizer o que houve!
- Você deve estar lembrado que o patrão voltaria hoje da Noruega. Não havia previsões de nenhuma porcaria de tempestades. Mas aconteceu, e o avião caiu.

Silêncio. Puro e simples silêncio.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Bem, comecei essa história e talvez depois termine, se não me faltar tempo e criatividade. Caso termine, postarei aqui...

Acordei com os raios de sol infiltrando-se levemente pela fresta da janela. “Que porra de calor infernal!” Tentei levantar-me devagar, mas a náusea devida aquele cheiro insuportável de fumaça embriagava-me e não resisti, voltei a descansar minha cabeça no travesseiro, derrotado.
Passado alguns minutos que pareceram horas e em meio à penumbra do meu quarto, peguei o jornal do dia anterior em mãos e passei a vista pelas manchetes relatando inúmeras catástrofes que assolavam o ano de 2089. Nada fora do comum, por mais triste que fosse, acabei me acostumando em viver ás sombras de um mundo que reflete nada mais do que a conseqüência que o próprio homem causou em um passado não tão distante.
Ouvi a voz de minha mãe, ou o que restara dela após perder dois filhos por problemas respiratórios causados pela poluição do ar, me chamar.
- Julián, o café está na mesa.
Dirigi-me em silêncio a cozinha e mastiguei o pão amanhecido com displicência enquanto observava as marcas da idade e do sofrimento em minha progenitora.
- Eu amo você, mãe – disse em súbito.
A velha olhou-me atônita e tascou-me um beijo na bochecha.
- Está atrasado para o trabalho, mocinho.
Por mais antigo que fosse, mamãe sempre me trataria como uma criança, assim como todas as mães do mundo. Um costume que o tempo não apaga.
Peguei meu guarda-chuva, já que nunca sabia o que as mudanças climáticas iriam aprontar, e parti para mais um dia de trabalho
medíocre.