segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Pretérito, quase perfeito
A porta entraberta, o vinho derramado sobre a mesa. E lágrimas, encaixadas em pequenos vazios de um sentimento muito maior.Um pedaço de papel rasgado. Não passava de um mero papel com palavras fúteis. Apenas verbos, sujeitos. Adjetivos inesperados e de importância medíocre. De que importaria agora? Uma jura de amor, a última de muitas."Por todo o sempre, meu amor."A solidão tomava o lugar de uma emoção indescritível vivida ali. A porta, a mesa, o quarto e o céu. Lugares não são nada sem pessoas. Nada.Não existia mais verdade, nem confiança. Tudo se transformara em pó e nostalgia.Em questão de segundos, tudo que fora construído e alimentado por anos, desmoronou-se em um colapso de tristeza e desespero. Não existiam culpados, nem vítimas, apenas almas alimentadas por um desejo descomunal de liberdade. Não existia mais metade, nem inteiro. Não existia frase, verbo ou forma. Não existia a poesia.Restaram lembranças, uma foto rasgada, cacos de vidro sobre o chão, últimas gotas do vinho, e aquele mesmo papel, com as mesmas palavras, que nunca serão apagadas ou esquecidas. Serão eternas em um universo onde a poesia ainda tem sabor de felicidade.
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3 comentários:
Olá, adorei o texto, gostei muito da maneira como vc escreve, sensibiliza.
Curti o nome também tomara que você continue postando ae no blog, vou acompanhar.
Sugiro que coloque um template diferente do padrão, chama mais atenção.
Da uma passada la no Sinapse.
http://sinapsemoderna.blogspot.com/
Abraços
eu que devo te parabenizar... esse texto não tem cara de 14 anos.
esse foi o melhor que eu já li que tu tenha escrito bluuh
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